Devaneios sobre The Handmaid's Tale e adaptações
No post
anterior comentei sobre minha experiência lendo O Conto da Aia. E,
apesar de não ter alguma noção técnica de produção, hoje
enfatizo que a série me surpreendeu ainda mais que o livro. Assisti
logo depois de lê-lo e minhas expectativas foram supridas e até
superadas. Não tenho conhecimentos técnicos suficientes para
avaliar a produção, no entanto, estou falando como uma leitora que
se emocionou com a história e muito mais com a adaptação.
Certa vez
li em um livro de crítica literária no qual o autor comentava sobre
as novas demandas que leitores assíduos produziam. Uma delas era a
necessidade de adaptação de suas obras preferidas, e que isso
poderia ser atribuído à falta de imaginação e ao consumismo que
nos impulsiona a buscar novas formas de consumo desenfreado. Na época
essa afirmação, de forma integral, fazia sentido. Porém, apenas
parte dela me toca hoje em dia.
Não
podemos negar toda a relação que a cultura pop tem com o
capitalismo e com o consumismo desenfreado. Mas acredito que o acesso
às obras e suas diferentes formas de manifestção, também é
válido e engrandecedor.
Enfim,
voltando à série: a impressão que tenho é que a fotografia se
mostrava em si mesma bem melancólica, ou seja, o propósito da série
era demonstrar todo o sofrimento reprimido por aquelas mulheres que
eram vistas como simples objetos. A narração de Offred é algo que
nos rasga de angústia e aflição. Em muitos momentos sentia vontade
de gritar para aliviar a tensão contida na aia. Isso porque os
pensamentos da narradora nos faziam adentrar em sua cabeça e
praticamente sentir o que ela sentia.
O mais
bacana foram as discussões suscitadas pela obra. Penso que o acesso
à filmes, livros, séries, deveriam ser mais democratizados e essas
discussões teriam ainda mais diferentes interpretações. Afinal
quanto mais discutirmos sobre o que lemos ou assistimos mais sentido
essas obras farão em nosso cotidiano.
Mas e
vocês, já assistiram? O que acharam?
0 comentários: