O Conto da Aia - Livro
Confesso
que precisei respirar e organizar as ideias sobre este livro antes de
resenhá-lo. O impacto desta obra é certeiro. Em alguns momentos da
leitura precisava parar, respirar, refletir por alguns minutos e
então, retomá-la. Este livro entrou para um dos preferidos da vida
e teve o poder de me incomodar, de fazer me ajeitar na poltrona
por causa da narrativa seca e direta da autora, embora bem
descritiva. Uma breve sinopse: Em um futuro distópico mulheres são
dispostas em castas e para cada uma destas são atribuídas funções
para a manutenção do todo, como por exemplo: as Aias que serviam
basicamente para reproduzir. As figuras de poder, assim como ainda
vimos, só que aqui de forma incontestável e intransigente, eram
representadas por homens. As mullheres já haviam conquistado
direitos que as permitiam inclusive abortar. Aliado a isso, o meio
ambiente estava degradado e, dentre as consequências disto, houve
uma onda de infertilidade intensa.
Estes
motivos foram usados como justificativa para a ação do grupo
religioso que orquestrou todo o processo de tomada de poder. O presidente dos EUA foi morto e também grande parte do congresso. Offred, uma das Aias e quem narra a história, reflete
sobre como não percebemos as mudanças que estão à nossa volta.
Aquele grupo não agiu de uma hora para outra, houve planejamento e
suas ideias já estavam sendo disseminadas há muito tempo. Em
momentos de aflição ela relatava alguns acontecimentos de sua
infância e tentava acreditar que aquilo tudo que estava acontecendo, era apenas uma história.
“Gostaria
de acreditar que isso é uma história que estou contando. Preciso
acreditar nisso. Tenho que acreditar nisso. Aquelas que conseguem
acreditar que essas histórias são apenas histórias têm chances
melhores.” ( p.52)
Com o romance a autora reflete sobre a fragilidade dos direitos das mulheres e sobre as novas noções de comunidade. Uma vez que, aqui, ao considerar as novas configurações de família e sociedade, existem formas que se divergem do que esse grupo fundamentalista acredita ser certo diante do todo-poderoso.
Observamos
então o regresso dos costumes e a culpabilização das mulheres pelo
quadro de suposta urgência para mudança de costumes.
“Incapacidade
de sentir. Os homens estavam perdendo o interesse pelo sexo. Perdendo
interesse pelo casamento.” (p.250)
O que é possível perceber, após a leitura, é que já estamos numa distopia. A diferença é que a opressão é mais sutil e por isso, muitas vezes imperceptível. Quanto à série, já assisti e trarei os comentários em outro post. Avaliei em 5 no skoob.
E vocês, o que acharam do livro?
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