Nerdoteca: Os 13 Porquês - Jay Asher
Suicídio.
É melhor jogar logo a palavra assim na cara de vocês pra dar tempo de saírem de fininho ou ficar pra entender. Em ambos os casos, já estão avisados que é em torno disso que gira o livro Os 13 porquês.
Senta aqui, vamos conversar, porque tá sendo difícil de lidar.
Quem? O quê? Quando?
Clay Jensen, um cara como qualquer outro, estudante do ensino médio, recebe um pacote sem remetente pelo correio. Dentro há sete fitas cassete e gravações feitas com a voz de Hannah Baker. Mas Hannah havia se suicidado alguns dias atrás.
De acordo com a dona da voz, as pessoas que recebem essa fita têm alguma participação na sua morte, mas Clay não acredita nisso. Assustado e angustiado, o rapaz ouve cada uma das fitas madrugada afora, vagando pelas ruas da cidade, acompanhando os passos da garota que já não estava mais ali. Ele finalmente tem a sorte - e a obrigação - de entender a vida e os caminhos que levaram Hannah à morte.
Os 13 porquês (Thirteen reasons why, no original), é o livro de estreia do norte-americano Jay Asher, publicado em 2007, e que chegou no Brasil pela Editora Ática.
Como?
O trechinho que separei define bastante bem o livro e a mensagem. Nele, Jay Asher discute, como ele mesmo afirma numa entrevista que se encontra no final do volume, as marcas que deixamos nas pessoas e o modo como cada uma delas tem uma consequência.
Em Os 13 Porquês, temos não uma, mas duas narrativas em primeira pessoa, que convergem ao longo do livro: a voz de Hannah e a voz do protagonista, Clay. As lembranças de cada um ajudam a contar uma história de mistério e suspense, quase como se fosse um diálogo. Quase: um dos interlocutores nunca responde. A narração é uma ideia brilhante e única, o que me causou encantamento imediato. Por mais que provoque também estranhamento e confusão em algumas partes, ouvir duas vozes ao mesmo tempo leva o livro a representar a bagunça que caiu na vida de Clay. (Pontos pra ti, Jay Asher).
No decorrer do livro, que tem um ritmo bastante bom (depois que você decide se entregar a ele), o leitor vai entendendo a potência da solidão. O isolamento social - e o isolamento dentro de cada um. O assunto é pesado e cercado de depressão, de dores, de angústia. A história traz à tona quão difícil é conhecer as pessoas e como é irreal medir os valores de cada um. Mais que tudo, quão importante é se conectar com as outras pessoas.
Por quê?
A história da vida de Hannah - e o final dela - merece, sim, ser lida. O autor não escreve de forma tão rebuscada e trata levemente alguns dos assuntos que aparecem (que mereciam até mais atenção, na minha opinião). O ritmo da história pode até assustar o leitor, mas a ideia de um monólogo de dois lados é fascinante e perturbadora em certo ponto.
Mesmo como fã de um boa duma sick-lit (eu encaixaria o livro facilmente nessa categoria), sofri pouco. Diria mesmo que é uma leitura mais contemplativa, onde a gente, envolta pelo climinha de mistério, acaba questionando cada passo, cada culpado, cada problema. Temas como o machismo, a pressão diária, a corrupção da alma estão lá, brincando de mãos dadas com o abandono de si, a quebra do que achávamos conhecer. Embarcar na viagem de uma menina morta, que passa por 14 histórias (que, ao mesmo tempo, são uma só), nos faz entender o que é existir de verdade.
+1 porquê!
O livro vai virar série da Netflix!!! A rede lançou HOJE a série original baseada na história de Hannah Baker, tendo como parte da equipe de produção a também atriz e cantora Selena Gomez. Já estamos todas curiosíssimas para saber como isso vai ficar! Você pode conferir novidades na página da série no Facebook e conferir um dos trailers logo abaixo!
E aí, já descobriu Os 13 Porquês? Tá a fim de ler ou assistir?
***
P.S.: Achei importante acrescentar também que, caso você se identifique com a Hannah, POR FAVOR, procure ajuda. À disposição você tem o CVV - Centro de Valorização da Vida, pro qual pode ligar pelo número 141, e tem a nossa caixa de mensagens. Conversar e pedir ajuda é sempre importante. Se precisar, pode desabafar conosco também.
É melhor jogar logo a palavra assim na cara de vocês pra dar tempo de saírem de fininho ou ficar pra entender. Em ambos os casos, já estão avisados que é em torno disso que gira o livro Os 13 porquês.
Senta aqui, vamos conversar, porque tá sendo difícil de lidar.
Quem? O quê? Quando?
Clay Jensen, um cara como qualquer outro, estudante do ensino médio, recebe um pacote sem remetente pelo correio. Dentro há sete fitas cassete e gravações feitas com a voz de Hannah Baker. Mas Hannah havia se suicidado alguns dias atrás.
De acordo com a dona da voz, as pessoas que recebem essa fita têm alguma participação na sua morte, mas Clay não acredita nisso. Assustado e angustiado, o rapaz ouve cada uma das fitas madrugada afora, vagando pelas ruas da cidade, acompanhando os passos da garota que já não estava mais ali. Ele finalmente tem a sorte - e a obrigação - de entender a vida e os caminhos que levaram Hannah à morte.
Os 13 porquês (Thirteen reasons why, no original), é o livro de estreia do norte-americano Jay Asher, publicado em 2007, e que chegou no Brasil pela Editora Ática.
Como?
"Acho que essa é a questão central. Ninguém sabe ao certo quanto impacto tem na vida dos outros. Muitas vezes não temos noção. Mas forçamos a barra do mesmo jeito."
Os 13 Porquês, página 135
Em Os 13 Porquês, temos não uma, mas duas narrativas em primeira pessoa, que convergem ao longo do livro: a voz de Hannah e a voz do protagonista, Clay. As lembranças de cada um ajudam a contar uma história de mistério e suspense, quase como se fosse um diálogo. Quase: um dos interlocutores nunca responde. A narração é uma ideia brilhante e única, o que me causou encantamento imediato. Por mais que provoque também estranhamento e confusão em algumas partes, ouvir duas vozes ao mesmo tempo leva o livro a representar a bagunça que caiu na vida de Clay. (Pontos pra ti, Jay Asher).
No decorrer do livro, que tem um ritmo bastante bom (depois que você decide se entregar a ele), o leitor vai entendendo a potência da solidão. O isolamento social - e o isolamento dentro de cada um. O assunto é pesado e cercado de depressão, de dores, de angústia. A história traz à tona quão difícil é conhecer as pessoas e como é irreal medir os valores de cada um. Mais que tudo, quão importante é se conectar com as outras pessoas.
Por quê?
A história da vida de Hannah - e o final dela - merece, sim, ser lida. O autor não escreve de forma tão rebuscada e trata levemente alguns dos assuntos que aparecem (que mereciam até mais atenção, na minha opinião). O ritmo da história pode até assustar o leitor, mas a ideia de um monólogo de dois lados é fascinante e perturbadora em certo ponto.
Mesmo como fã de um boa duma sick-lit (eu encaixaria o livro facilmente nessa categoria), sofri pouco. Diria mesmo que é uma leitura mais contemplativa, onde a gente, envolta pelo climinha de mistério, acaba questionando cada passo, cada culpado, cada problema. Temas como o machismo, a pressão diária, a corrupção da alma estão lá, brincando de mãos dadas com o abandono de si, a quebra do que achávamos conhecer. Embarcar na viagem de uma menina morta, que passa por 14 histórias (que, ao mesmo tempo, são uma só), nos faz entender o que é existir de verdade.
+1 porquê!
O livro vai virar série da Netflix!!! A rede lançou HOJE a série original baseada na história de Hannah Baker, tendo como parte da equipe de produção a também atriz e cantora Selena Gomez. Já estamos todas curiosíssimas para saber como isso vai ficar! Você pode conferir novidades na página da série no Facebook e conferir um dos trailers logo abaixo!
E aí, já descobriu Os 13 Porquês? Tá a fim de ler ou assistir?
***
P.S.: Achei importante acrescentar também que, caso você se identifique com a Hannah, POR FAVOR, procure ajuda. À disposição você tem o CVV - Centro de Valorização da Vida, pro qual pode ligar pelo número 141, e tem a nossa caixa de mensagens. Conversar e pedir ajuda é sempre importante. Se precisar, pode desabafar conosco também.
Olá!
ResponderExcluirEstou lendo o livro atualmente porque queria ler antes de ver a série, mas estou bem curiosa pra ver como ficou a adaptação!
Parabéns pelo blog. Estou seguindo <3
Beijão
Leitora Cretina
Obrigada! Espero que você encontre boas coisas tanto no livro e na série!
ExcluirValeu por seguir, Mônica! <3